terça-feira, 28 de dezembro de 2010
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Mas amor de verdade é assim não é?
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Vesti;
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
domingo, 12 de setembro de 2010
Quem me dera poder consertar tudo que eu fiz
O perfume que andava com o vento pelo ar
Primavera soprando pr'um caminho mais feliz". Los Hermanos;
Um dia, uma guria estava passeando pelo parque, e resolveu sentar-se em um banco em baixo de uma grande primavera. Com o passar dos dias percebeu, que sempre fazia o mesmo trajeto e sentava-se ali. Certo dia, um rapaz muito amistoso, pediu licença e sentou-se do lado dela. Como todo dia antes dele aparecer, agora com ele. O mesmo caminho, e a mesmas horas ali, e por ventura conversas, muitas, inumeras, sempre ali no banco embaixo da primavera. Passava se inverno e verão. E eles sempre estavam ali. Por um acaso do destino, a guria se vê enamorada do rapaz. Mas prefere o segredo, e continuar tendo seus encontros diários. Os dias se passaram e a paixão aumentou. Foi o estopim, naquela noite, ela decidiu que diria sim aos seus sentimentos. Feiz-se linda, e sentou no banco, e ali permaneceu, talvez horas mas para ela meses, anos ou sua vida. Não havia nem um sim ou não, muito menos o garoto, que percebera nem saber o nome. Se viu perdida, sem vida. Foi embora, e nunca mais se aproximou, da primavera, e desde esse dia, detestou a estação das flores, dos amores e das cores.
13 de setembro de 2010 - Ana Siqueira
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Acredita?
sábado, 28 de agosto de 2010
domingo, 22 de agosto de 2010
Como o tango.
Os corpos se encaixaram.
A sintonia foi perfeita.
Foi o ofegar mais desejado, a dor mais prazerosa.
Foi a noite, em que o tango se fez carne, e o sexo se fez música.
Luxúria e sintonia.
Foi...
O vinho mais antigo, da uva mais doce.
Perfeito e caloroso.
Saudoso e infinito.
Pra sempre, e acabado ali.
O abraço mais caloroso. O sim mais bem dado.
A quentura derramada sem arrependimento.
A dança mais esperada. O tango.
Quente, apaixonado, intenso...
http://www.youtube.com/watch?v=dBHhSVJ_S6A&feature=related
Ana Siqueira - 22 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
sábado, 14 de agosto de 2010
O rádio. A flor. Sem dor.
Eu a amava. Como ninguém jurava que poderia, nem mesmo eu. E ela me amará da mesma forma, achava. Era flô em dia de sol na primavera, era sereno na minha janela. Era amor.
Ouvi dizer, do o teu olhar ao ver a flor..." Inflamou-se.
Eu a sentia, e assim fiz. Tudo junto, tudo com ela, tudo pra ela. Ela. Era festa. Amigos, fuzuês e vodka. Riamos como calor de verão. Como hilariantes comédias de teatro de campanha. Como pão e circo. Sem perceber.
“Não sei por que, achou ser de um outro rapaz. Foi capaz de se entregar” Fez sentido.
Os olhos não foram para mim. Menos o sorriso. Amor! Ah, dor! Amor doente. Finge não ver a névoa, fingi estar em paz, sorri e bebi.
“Você assim e eu, por final sem meu lugar. E eu tive tudo sem saber quem era eu...” Tentei.
Acabou-se a música. Chegou ao fim o amor, que fez de tudo pra não rimar com ‘im’. Restaram flores, coroa, velas e dores. A saudade, e que saudade.
“Pude, então, enfim, amar...vai...”
Não com ela, mas sempre dela.
Ana Siqueira - 14 de agosto de 2010
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Só
sábado, 7 de agosto de 2010
Dorme comigo?
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Nevotografia; do verbo amar.
Havia nevado a noite toda, o frio da madrugada só não nos despertará por causa do aconchego dos corpos e cobertores. Era a primeira noite de inverno na Inglaterra. Nossa primeira noite de inverno. Ao amanhecer, ou quase ao entardecer, o sol manhoso entrou pela janela dizendo que era hora de levantar para mais um dia. Ao perceber um toque ‘esbranquiçado’ na janela, me aproximei para tentar distinguir o que seria. Então eu vi, vi pela primeira vez o sonho de grande parte dos homens. A neve havia chegado ao norte. Corri para nossa cama, onde aquele que jurou, estava mais relaxado que tudo. Ocupara ela toda. Sentei-me ao seu lado, e com leves toques o despertei dizendo sobre a chegada da visita. Foi instantâneo, num instante pijama e cobertor, no outro casaco, meia e luvas. Estávamos prontos para nossa grande aventura. Nos lançamos. Houve guerras, bonecos e anjos na brincadeira. E por fim aquele abraço, que esquentou não nossos corpos calejados de frio, mas sim a alma. Põe-se em direção a casa e voltou. Temos que registrar e quantos foram. Mas aquela, a mais especial. Olhamos para a lente, abrimos um sorriso. A mais linda foi a mais esquisita. Olhos lacrimejantes, narizes feito renas, caras de ‘mãe, não me acorda’, agasalhados para o clima e ainda sim aquela luz, o sorriso; tudo ficou ali pra sempre, imóvel, irreal, registrado.
A foto virou o continente, chegou à família, ao amigo, a tia e até mesmo ao cachorro, que de tempos não ver, restou a lembrança do latido abafada. A saudade era clichê, como a frase atrás do registro enviado em mãos pelo correio:
- Inglaterra, inverno de 2010.
Oi guris da tia, como estão, mandei pra contar,
a neve é muito linda, branca e gelada como
dizem. Amamos muito vocês, estamos com saudades.
Nos veremos
-- Ana Siqueira – 29 de julho de 2010
domingo, 11 de julho de 2010
Chegou?
De um vento vindo do norte.
Os minutos contavam, eu estava ali. Sentada, inquieta e tensa. Eu olhava o relógio, se passavam duas horas, e ele não havia mudado seus ponteiros. Não havia mais incerteza, medo e até mesmo unhas. Só os minutos. Só o pulso. Só o coração. É ele? Não. E agora? Não. Meu Deus, que espera.
Chegou! Sim, ele mesmo. Olhou-me cabisbaixo, e abriu um leve sorriso. Pus-me na sua frente, inquieta, de meio riso. Pausa. Nos olhamos nos olhos. Pausa. Ele sorriu. Eu fiquei azul. Nos abraçamos, e ali ficamos, horas paradas no relógios, por instantes infinitos e sentimentos incabíveis no gesto. Sem nos soltar caminhamos, rindo, falando, talvez até mesmo amando. Mas ali juntos, de braços entrelaçados, como a liga do aço. E ali, se não amizade, um amor eterno floresceu, a cada passo as certezas, de um abraço que concretiza o sentimento, que havia florido.
Ana Siqueira - 11 de julho de 2010
sábado, 10 de julho de 2010
Entregaram;
Entregaram-me de presente ao amor. Foi lindo como ela me pegou, e me aproximou do rosto, num movimento simples e certeiro. Sentiu meu perfume e se pôs a ter um sorriso extremamente cativante. Ele, quando me entregou, ficou pasmo, rubro, sem feição. Não sabia o que fazer muito menos falar. Foram instantes de doçura, de amor verdadeiro, que ambos não podiam explicar, e tudo por minha causa? Eu não entendo como eu, vinda da semente que ninguém dava valor, depois de crescer, pode deixar um casal em tão estado de flutuação. O pior não é isso, a parte em que eles se aproximaram e encostaram uma parte úmida de seus rostos uma na outra, num movimento perfeito, onde pareciam se encaixar perfeitamente, num sincronismo sem igual. Eu estive entre os dois o tempo todo. Os batuques do coração eram tão fortes que quase me deixaram surda. E me apertavam, apertavam forte no peito. Quando se distanciaram de novo e pude respirar, uma das minhas pequenas caiu. Só não me entristeci porque a moça de cabelo encaracolado e de sorriso estonteante concluiu: - Foi o presente mais bonito que já você podia ter me dado.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Pipoca?
• Gênero: Drama
• Origem: Estados Unidos
• Duração: 112 minutos
• Tipo: Longa-metragem
Pipoca?
• Roteiro: Maurine Dallas Watkins (peça teatral), Bob Fosse (livro), Fred Ebb (livro), Bill Condon (roteiro)
• Gênero: Musical
• Origem: Canadá/Estados Unidos
• Duração: 113 minutos
• Tipo: Longa-metragem
• Sinopse: Os destinos de Roxie Hart, uma sonhadora cantora que busca a fama dos palcos da Broadway, e Velma Kelly, que já fora famosa, se cruzam na prisão de Chicago. Roxie, que matou o amante após o abandono, e Velma, que matou o marido e a irmã, tentam chamar a atenção da imprensa, para voltar aos holofotes da Broadway, através do bem sucedido e esperto advogado Billy Flynn. Um musical cheio de vingança, amor, fantasia e dança. Vencedor de 6 Oscar, incluindo Melhor Filme.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
- Eu te apunhalarei uma adaga nas costas, para teu pesadelo pulsar pelo peito! Maldito!
sábado, 8 de maio de 2010
Jardineiro
Me promete senhor Jardineiro? Que todo dia vai acordar cedinho pra me dizer "Bom dia minha flor"? E quando chegar a noitinha, vai montar uma barraca do meu lado, pra me admirar enquanto eu durmo? Que quando eu estiver murcha, fazer chover alegria nos meus pés, para eu dar ao senhor as mais belas flores?
Promete nunca se desfazer de mim, mesmo quando eu estiver velhinha, não dando sementes, promete que vou ser sempre sua flor? só sua?
Cuida de mim? Mesmo quando meus espinhos te machucarem? Juro que sempre sem querer, é natural ter dias ruins.
Porque eu prometo Senhor Jardineiro, te alegrar todos os dias minhas cores radiantes, usar meus espinhos para espantar os insetos, encher seu coração com meu perfume. Te prometo a cada dia te fazer querer viver mais intensamente que o outro, te dar a esperança de que vou abrir minhas pétalas e me entregar para ser somente sua. Desde minha raíz até o meu último grão de pólem.
E no fim, Ah! o fim. Te peço que me aperte forte no peito, e me diga o quando foi bom estar ao seu lado senhor jardineiro, porque eu não vou te dizer nesse dia, farei questão de falar-te todos os dias até esse fim, o quanto eu amo e sempre amei ser somente sua, senhor Jardineiro.
Lento.
Cartas. Bem. Felicidade.
Eu não sei o que havia acontecido conosco. Éramos um casal jovem e cheio de euforia. Beijos e caricias todas as noites. Amor infinito e imprescindível sempre. Agora?! Ás vezes repara. Nem sempre está ‘disposto’. Cansei. Decidi-me. Hoje eu ia por um fim nessa história. Ia por na mesa, todas as cartas sem nenhuma piedade, ia ‘bater’ esse jogo e acabar de uma vez com isso.
Esperar, esperar. Parecia que o tempo queria adiar essa conversa, me aparentava que o tempo tentava me impedir de falar com ele sobre tudo o que eu estava cansada nessa maldita relação.
Faltava apenas cinco minutos, que por sinal foram os mais longos da minha curta vida vivida até agora. Estava cansada, a raiva aumentava ainda mais, a injuria, o sentimento de rejeição. Pensava em cada palavra miserável que ia dizer. Começou a chover. Os raios furiosos caiam para abrilhantar a noite que estava tão escura quanto meus pensamentos naquele dia. Pronto. Agora o atraso dele é iminente. Queria que ele apenas voltasse a ser aquele rapaz que era quando começamos a namorar, realmente ele mudou, para meu sofrimento, para pior.
Fiz um minuto de silêncio, querendo chorar, ouvi um som de um carro entrando na garagem. Era ele, com aquele sorriso que me enganou, aquela boca que me cativou, aquele andar que fez sonhar.
Minha raiva tomou meu corpo, de frente para a porta, uma lágrima minha escorreu pelo meu rosto. A chave virou-se dentro da maçaneta, o barulho do destrancar parecia uma sentença, aquele martelo havia caído. Meus sentimentos se esgotaram. Ele abriu a porta e entrou me dando um boa noite que foi correspondido apenas com um porque. Ele ficou confuso, queria entender a indagação. Quando me virou as costas, soou uma palavra da minha boca que era simplesmente escrota. Ele se virou e indagou o porquê de eu estar daquela maneira. Eu arregacei minhas mangas e tirei delas aquelas cartas, sim aquelas, que a gente sempre guarda pro bem de ambas as partes sabe?! E o meu sentimento foi o de que o mundo caiu no chão, ele ficou paralisado apenas ouvindo em silêncio com um olhar que me dizia apenas ‘raiva’.
Ele então, também tinha cartas no paletó, e as colocou no jogo. Minhas cartas derrotavam as dele, e vice-versa, num jogo que parecia que não ia ter um fim logo. O volume da voz, os gestos todos aumentavam a cada instante. A agressividade entre nós estava prestes a partir pro corporal. Foi então que numa fúria sem controle, fui para cima dele. Um tapa. Silêncio. Ambos estávamos ofegantes, parados, um olhando sem parar para o outro. Eu não queria saber. Os sentimentos de acabar com aquele maldito foram maiores. Voltei pra cima dele. Indagando sempre ‘por quê?’, ‘por quê?’; estapeando seu peitoral que antes me deu tanto prazer. Com sua força de homem segurou meus pulsos e também me questionava aos berros para que todo esse ataque. Sem forças, eu dizia que queria ser de uma única pessoa na vida, e que eu decidi ser dele, apenas dele e como ele me tinha me retribuído. O amor acabou. O fogo apagou. Depois eu só dizia: - Maldito! Porque você fez isso comigo?!
Então parecendo literalmente um animal selvagem, sem pena, meus braços e pernas foram novamente tomados por um espírito maligno. Meus olhos queimavam de raiva. Ele querendo se esquivar sem sucesso. Levou-me para perto de uma parede, me prendendo sem escapatória por cima de si. Ofegando, como se tivesse acabado se afogar nesse mar de raiva, com palavras pausadas e sem muito tom disse que não sabia o porquê, ele não tirava os olhos do meu corpo, eu presa, não conseguia sair.
Nós nos olhávamos sem cessar ambos eufóricos com aqueles olhos com desejo de carne. Eu não me conti, a tristeza tirou a raiva do meu sangue num passar de segundos no relógio. Caímos. Eu em cima dele aos prantos, ele desacreditado me disse com palavras ainda ofegantes em meu ouvido:
- Eu nessa vida nunca tive e nunca terei alguém como você. E se nesse tempo, se não fui aquele namorado cheio de fogo, foi porque esqueci de viver para a minha vida, esqueci de viver para meu único motivo de viver, esqueci de viver para a mais linda pessoa, esqueci de viver para você meu amor. Eu não gosto de mulher, amo apenas você. Perdoa-me, eu te amo infinitamente.
Eu não sabia o que dizer. Muda, minha boca fez por mim, a resposta que ele queria ouvir, ou melhor, entender. Aquele foi o beijo indescritível. Aos poucos me ergueu na parede, ainda presa entre suas pernas. Só a respiração muito forte era um sinal de que ainda estávamos vivos. Já eram duas da madrugada quando entre tropeços e caricias fomos ao quarto, onde antes eu tinha planejado aquelas palavras horríveis, e agora, com aquele ranger de dentes e sensações excitantes nos entregamos literalmente de corpo e alma um ao outro, numa noite que passava vagarosamente. Mãos se entrelaçando, um corpo adentrando as entranhas do outro, se tornando uma só carne. Saciando a fome como hienas. Era animal, sentimental. Era bom. Aos poucos a euforia foi cessando. Os carinhos mais lentos, os beijos mais longos. Nos dois, um de frente para o outro trocando palavras nos intervalos de beijos e mordidas. Trocando juras de amor, promessas, planos para um futuro que talvez não fosse nada distante.
Amanhecemos em conchinha, foi a noite de amor mais explicita. Onde o amor entre ele e eu ficou cravado em nós dois. Desde aquele dia nunca mais deixamos de ser um casal apaixonado.
Algum tempo depois o selo dessa paixão chegou pelo meu e-mail. Uma confirmação. Faltavam àqueles mesmos cinco minutos daquele dia, que embora tenha seu lado ruim, teve seu lado maravilhoso. O tempo ainda não passava, a mesma chuva caiu, e em vês de paus e pedras nas mãos como na ultima vez, uma folha de papel letrada. Aquele barulho do carro entrando na garagem, os passos dele se aproximando da porta, a chave entrando na fechadura, o destrancar. Eu fiquei em frente da porta, como na ultima vez, com um largo sorriso no rosto. Ele entrou olhou para mim, jogou sua maleta no sofá e me deu um beijo cheio de amor colocando suas mãos nas minhas costas. Eu peguei suas mãos desci até minha barriga e olhei em seus olhos e disse com o maior sentimento de felicidade:
-Agora sim, nossa Família, está realmente formada.
Ele sorriu e escorreu uma lágrima de seus olhos, desceu até que seu rosto ficasse na altura me minha barriga, ficou por minutos admirando e acariciando-a. E disse que seu herdeiro ou herdeira, seria a criança mais feliz do mundo, e que ele não iria dividir a felicidade que tinha com sua mãe com ele, e sim multiplicar, para ser muito maior o amor dele pelos dois. Com um beijo mais apaixonado que o daquela noite ele suspirou e disse que era pai e esposo sim, mas antes que era o homem mais feliz desse mundo. 08/12/2008
Asfixiado
Ligou e disse para visitá-lo. Tomei meu banho e talvez inconscientemente ou acidentalmente tinha colocado a ligirie vermelha que tinha na gaveta. Quando cheguei estava só, e assim iria ficar durante aquela semana toda.
O programa romântico estava lindo. Parecíamos recém casados, o que realmente nem estava perto do real, era só mais um caso para ambos. O filme estava rodando na tevê e os minutos no relógio. Acho que cochilei entre suas pernas e braços quentes né acariciando naquele fim de tarde gelado.
Quando nos deparamos, o filme havia terminado; foi inevitável. Aqueles sorrisos seguiram-se de beijos que tomaram conta de nós. E ali naquele sofá sentimos o que nunca foi tão forte naqueles últimos dois meses. Ele saiu. Fiquei no sofá, martelando coisas na cabeça e sou interrompida por distorções de guitarras e baterias, era música, era fetiche.
Quando voltamos a ficar juntos no sofá, o ventilador não dava conta; carinhos, beijos e mãos estavam tão quentes a ponto de sair faíscas, estávamos indo para um caminho sem volta, e esse nos levaria ao quarto.
Eu não entendia o que ele dizia, mas sua intenção era que levantássemos no entanto não conseguíamos, estávamos entre laçados de tal forma que seria impossível nos soltarmos.
Rolamos para o chão. Com muito custo nos levantamos, entre tropeços e desequilíbrios, pressões na parede e palavras que saiam meio abafadas chegamos ao quarto. Lá os acordes graves ensurdeciam, mas não importava, o tal calor nos consumiu.
Mãos, pernas, bocas separados por peças de roupa, ele tirou a camisa e abriu os botões da minha, quando estávamos ali agora vendo o peito do outro pulsar, voltamos a nos engalfinhar loucamente, interrompidos por um:
- Espera!
Eu não consegui evitar, foi mais forte do que eu. Quando paramos de nos beijar ele se sentou do meu lado, me fazendo caricias, compreendeu. Ficamos ali sentados, abraçados, por horas.
Pensei em chorar, mas o orgulho é mais forte; me soltei e sentei na beira da cama, ele fez o mesmo, eu vi nos olhos dele um sentimento de tristeza, mas eu sabia que aquela não deveria ser minha hora. Eu disse que estava tarde e deveria ir. Ele me ofereceu companhia, eu rejeitei, queria caminhar sozinha, talvez refletir.
Quando sai de sua casa, ao ouvir o barulho da porta batendo, estalei os olhos, e vi que estava em meu quarto, abraçando aquele ursinho de pelúcia que ele havia me dado. Quando reparo, ele está na porta, me observando com um largo sorriso, fico revoltada, afinal, estava não apresentável, ele diz que é tolice e me faz um convite para assistir um filme em sua casa. 04/05/2010.