segunda-feira, 2 de junho de 2014

Cuidadora de Porcos

Em uma vila no interior da cidade grande, onde o tempo parou e seus ares campesinos ditam os modos ser e existir, uma menina nasceu sem saber qual seria seu destino. Seus pais criavam porcos, e eram muito felizes na simplicidade de sua existência. Os processos eram os mesmos desde a vida de seus antepassados. Um macho e uma fêmea. A reprodução e o engorde. A venda e o Lucro. Simples assim. 
A vida passou e com ela, seus anos. A menina cresceu e a vida se encarregou de envelhecer seus pais e levá-los a seu merecido descanso. Mas os porcos, esses ficaram. 
A menina não queria cuidar deles, imagina? cuidar de porcos! 
A vida se encarregou de que um dia acabasse a farinha, o milho e a menina se visse obrigada a entrar dentro do cercado e cuidar deles. E aos poucos, se viu envolto dos animais, cuidando e se vendo reflexo, do carinho e dedicação que fez seu sustento, sua infância e sua vida. Queria fechar os olhos e recordar das maneiras de fazer que seu pai fazia com tanta dedicação. Cuidar de porcos exigia muito mais que cuidar de animais, cuidar de porcos foi olhar para si e se ver permanentemente feliz. Sua vida, era seu amor. Sua vida, era cuidar de Porcos.