quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Cíclico.

resolvi me sentar aqui hoje para escrever sobre como estou apaixonado e em verdade, como me sinto feliz. escrevo mil versos de amor, escrevo rosas de sangue e de ternura, escrevo cantos de dor por não ter quem ouça meus lamentos, escrevo por amor, sobretudo. eu costumava ter certeza e me entregar as cores que a vida adquiria com isso, eu costumava borboletar dentro de mim e de ti, lembra? lembro como te servia o café e me sentava aqui, na mesma, para tentar te escrever apaixonado. 

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agora não há mais amor, nem café quente. de improváveis amores e poemas apaixonados, restou papel queimado e cinza. acendo o cigarro, troco a xícara por um copo com gelo, malte e feridas descem garganta adentro. penso em me vender, quem sabe, com o dinheiro eu compre um amor, ou mais bebida.

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bem, de fato, estaria melhor se não cruzasse com teus olhos e resolvesse me sentar para escrever o quanto eles me encantam e fazendo as contas, prevendo o dinheiro que gastarei ao comprar flores e logo depois bebida, para que esse meu peito continue batendo. mais um café, mais uma noite adentro. apaixonar é deixar viver.

sábado, 18 de agosto de 2012

Eu não sei o que é, mas é;

Para ouvir enquanto lê: http://www.youtube.com/watch?v=1MwjX4dG72s

a parede, o trem e o mar.
já eram 4h39 da madrugada, quando resolvi deixar de ler as suas cartas e tentar dormir. ao encostar a cabeça no travesseiro e me virar de lado abri um sorriso ao pensar que encontraria um sorriso torto junto de você, que já teria adormecido, todavia, para minha decepção, dei de frente com minha parede amarela, e ali, mais que concreto, achei um profundo vazio. até fechei os olhos e meditei, mentalizei, tentei te materializar, mas foi falho. me cansada da parede, me virei pro teto. ah, o teto, esse é branco, mas estava escuro, a luz do quarto estava apagada. olhando ele ali, lembrei de sorrisos, abraços e gestos, que passavam como fotografias de você, desses momentos que na realidade nunca vivemos. engraçado te sentir tanto em tão pouco, sem ao menos você existir, porque pensando assim, você não existe. sabe o mar? sim, eu sei que mudei de assunto. o mar me lembra das coisas que você me disse ontem, as poesias, as músicas, a nossa dança, de pisar na ponta do teu pé e tu me conduzir uma valsinha que palpitava no nosso peito sem pudor, sem pedir permissão. vi nosso vídeo no teto. o meu sono tinha se esvaído, e peguei com pressa uma folha de caderno e um lápis, ali rabisquei uns poucos devaneios sobre isso tudo, meu pudor não deixava te chamar amor, mas meu coração assim pensava, uma briga entre lápis e coração, e agora, com a luz acesa, vi tua foto, que não existe, na minha escrivaninha, meu sorriso torto, parecido com o teu, mas pro lado direito, se abriu como o som do jazz. parece que te fiz sentir 'isso'. não sei como, mas dê uma forma ou de outra, sinto que você veio e se sentou do meu lado nessa viagem de trem, e com um 'posso me sentar' pediu com encantamento para se sentar. os rabiscos na folha, já a ocuparam inteira, e a hora já acordava o sol, era um novo dia, esperando a noite, para deitar ali, virada para a parede e depois para o teto. para reviver as lembranças que não temos, e conversar com você, talvez, se nos perdemos de novo. 



(não se sinta amado, a não ser que queira, essa vida, é cheia de danças e quem sabe numa delas, a gente não se esbarre e fique calejado de valsar? tudo tem propósito e tempo certo, fique bem).
perdi o meu anel no mar, 
não pude mais encontrar (...)

e eu diria:

E o mar, em troca,
trouxe um amor pra me dar.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012


pensa no sorriso? abra-o! Muito, deixa ele vir curvar de orelha a orelha, até doer as mandíbulas, agora, feche os olhos. feche-os como se fosse para sempre. abra o coração. está aberto? respire fundo. Sente? estou aí, estava quieto, mas acordei. os ares gelados se confundiram com a maresia. o café está sendo requentado como o coração. não desfaz o sorriso e nem a canção, porque o ócio, esse já vem.