domingo, 11 de agosto de 2013

Outro dia desses eu estava tomando uma caneca de café sentada na poltrona velha olhando pela janela. Me lembrava a todo instante do sentimento de posse que eu tinha sobre você. Me lembrava dos desejos insaciáveis de coisas absurdas que você se matava para sanar e se, por ventura, não o fosse, se culpava e se desculpava por não ter feito. Eu não sei o porquê estou aqui escrevendo isso, acho que é porque de posse passou a parto. 

Sabe que a dor do parto é dolorosa, e cabe ser redundante neste momento pois se torna recíproco. O parto é quando ocorre o corte, involuntário. Meu café já esfriou e eu me pergunto, se o porque que estou usando está certo. Metade de mim aceita, outra metade expulsa. Parte quebra outra dança. A posse se passou em parte, o parto particularmente, ainda dói, mas com ares desatentos de uma velha, uma velha chaleira que ainda tem água quente.