terça-feira, 23 de agosto de 2011

Sabe essa coisa de laços de sangue?

Espero o dia que vem
Pra ver se te vejo
E faço o tempo esperar como esperei
A eternidade se passar nos dois segundos sem você
Agora eu já nem sei
Se hoje foi anteontem
Me perdi lembrando o teu olhar
O meu futuro é esperar pelo presente de fazer
O tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Distante é devagar
Perto passa bem depressa assim
O tempo - Movéis coloniais de Acajú.



E ao pensar no quanto ele é o cara mais foda que eu conheço, eu choro. Sinto saudade da briga, do ciúme e do riso por motivos idiotas. Tenho bronca de lembrar que essa vida de adulto cada dia mais nos separa. Eu sei que essa é a vida que devemos levar, mas custava demorar a passar? É uma saudade da convivência e do amor. É saudade de irmãos que tem saudade. Pois é Francisco, ninguém mandou a gente crescer! 
Saudade cara!

domingo, 21 de agosto de 2011


Eu não sei até onde vai, e até quando vai, mas é intenso agora. E eu vivo agora.

Por;


Seria um daqueles romances que se tornaria poesia, logo depois um livro, um filme e uma novela mal feita de fato. Cheio dos clichês que um amor insiste em ter. Não começou na infância, mas foi como brincadeira. Um amor que ao anoitecer e se estendiam madrugada a fora, era verdadeiro. Sentia que ele era o que fazia sua vida ir para frente; se estudava e não desistia, era por amor. Se ele não se cansava da música era porque sabia que mais tarde, ela o ouviria, mesmo que de longe, sua voz e que ela iria dizer o quanto ele era lindo, era dela. Era um amor entre pregos e farpas, mensagens indiretas ou tão diretas quanto um olhar. Era a vida de ambos na palma da mão de cada um. Ela queria descrever em uma história como essa, o amor dela, mas não cabia em palavras, em rimas aquilo tudo. Ele, sangue frio, por mais que amasse tão quão mais, tentava ser racional. E aos poucos se via que aumentava a paixão e à medida que aumentava só músicas e toques já não eram suficientes para seguir adiante. Ela ia se contorcendo noites a fora, de dor de amor. Tinha um fim incerto, e essa incerteza, os afastava e isso a enfurecia, queria de todas as formas fugir do seu destino, para o seu destino. Enlouqueceu, fugiu. Na rua, via as moças, dinheiro fácil. Chorou como nunca e talvez também, amou como nunca. A única foto no peito, olhou e jurou amor. Rasgou a calça e a blusa, e parou. Tremendo, esperou, ate que depois da parada de um carro e de alguns minutos de prosa, entrasse. As mãos do homem percorriam seu corpo, e da sua boca saiam coisas grotescas. A vontade de correr, de regurgitar todas as falas dele, estavam presas no estomago. Tinha nojo e aflição, e isso estampava no seu rosto. Percebendo que se tratava de uma pessoa pura, o infeliz dizia que trataria de recompensá-la pelo feito.  Um quarto de esquina, barato, que cheirava banheiro e cevada foi o local; uma cama velha e uma noite toda. Uma noite longa de dor, de calor, de tudo, menos de amor. Força. Já se via o sol e ele hibernava enquanto, ela, sem roupa, despida, humilhada, ao lado, choramingando baixinho, sofrendo baixinho, amando mais do que nunca. Ao acordar, com um insulto só, o ogro arremessou sobre seu corpo muitas notas, dizendo que tinha sido a pior noite da vida dele e que só não foi desperdício pelo fato dele ter sido o primeiro, e completou dizendo: - O primeiro de muitos, vadia; e saiu. Ela juntou as notas, colocou na bolsa, e se olhou no espelho, ficou horas assim, se olhando, sentindo nojo de si mesma, mas refletiu, que era por amor, tomou banho. Dali para a casa de uma amiga, trocou de roupa, e partiu para a estrada, com dinheiro contado. Foram as horas mais solitárias e felizes de sua vida. Chegou, e o viu. Foram minutos de silêncio, mas sobretudo, de amor. O choro, o misto, o contato. E daqueles olhos jorraram água, dias e noites, era amor. E depois um beijo, um único. Foi uma noite então sim de amor. Havia se vendido por amor ao amor, e aí sua recompensa. E não foram mais que algumas horas, comparado a vida que ela queria ter ao lado dele. Era despedida. Era fim do conto. Ela não queria dizer adeus, mas a vida assim queria. Ele segurou a forte no peito, despido, e a amou como nunca e não queria a deixar partir, mas a puxou. E cada um voltou pra sua realidade à distância. E cada um amou o outro pro resto das suas vidas, ele, sentia todos os dias o perfume dela na camisa de botão xadrez que ele usara no encontro, e ela? Ela carregou para sempre na alma, o preço do amor, e nunca mais amou ninguém. 

Ana Siqueira - 21 de agosto de 2011;

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Ah que tempos que não escrevo. 
Talvez seja por falta das palavras,
 ou talvez por ter muitas delas, 
mas aí está mais um, 
que é de amor, 
e que mostra um amor 
que não é tão clichê.

Não costumo escrever para as pessoas, e sim, sobre elas, mas esse é diferente, é de presente, como o amor, com amor (:

Uma chuva e um amor, por favor?


Não queria como todo casal um sol resplandecente, ou uma noite quente. Não queria um amor de vidas inteiras. Era simples e o mais sincero; fervoroso, mas não quente. Era uma alma inteira dentro de cada gota que caía sem pensar nas consequências. Era sonho. Talvez não fosse eterno, mas era presente. Era amor e chuva. Enquanto alguns queriam a noite para batizar o sentimentos, os dois desejavam nuvens. Talvez por que elas levariam os desejos para o céu e aí seriam atendidos, ou então só pelo clima agradável. Era um quarto, uma persiana, uma cama mal arrumada, e o casal, dividindo o colchão estreito, uma alma toda. Era um amor diferente, que só eles entendiam. Era amor próprio. Ele sobre o colchão e ela sobre ele, como um só. Ouvia-se o som da chuva e da respiração. O carinho e a paixão, e a incerteza de uma prévia de razão. Não existia amanha. Ela sonhava. Ele ria e cochichava. Por horas mãos passeavam pelo corpo, por outras, enfim. Era cheiro, toque, essência e dor. Era único. Era diferente. Olhando entre olhos, via-se alegrias e planos e risos seguidos dos planos. Chuva, porque chuva ? Porque a chuva se aproximava dos sonhos deles, e os carregava pro mundo, e pra todos saberem da história. Não queria sol pra derreter, muito menos noite para apagar, queria chuva e ali, virava sinônimo de amar. A tarde nublada e fria, era a mais quente e ensolarada para alma deles. Era falta, era brincadeira, era amor, do jeito deles. Rabiscou no vidro embaçado da janela, o sinal. Foi choro e riso, dúvida do era. E era espera, da noite e do sol, e era!

Ana Siqueira - 9 de agosto de 2011.