sexta-feira, 28 de maio de 2010


Devemos ter coragem de olhar nos olhos de quem nos traí, e dizer tudo o que sentimos. Esses deveriam ser descobertos, e separados. Traidores não são dignos de titulos como amigos ou irmãos, estes devem se retirar de nossa presença e não nos dirigir a palavra.

- Eu te apunhalarei uma adaga nas costas, para teu pesadelo pulsar pelo peito! Maldito!

sábado, 8 de maio de 2010

Jardineiro

Seu Jardineiro, não vai esquecer de mim? Vai me visitar todos os dias, fazer carinho na minha terra, tirar minhas folhinhas velhas, me aguar?
Me promete senhor Jardineiro? Que todo dia vai acordar cedinho pra me dizer "Bom dia minha flor"? E quando chegar a noitinha, vai montar uma barraca do meu lado, pra me admirar enquanto eu durmo? Que quando eu estiver murcha, fazer chover alegria nos meus pés, para eu dar ao senhor as mais belas flores?
Promete nunca se desfazer de mim, mesmo quando eu estiver velhinha, não dando sementes, promete que vou ser sempre sua flor? só sua?
Cuida de mim? Mesmo quando meus espinhos te machucarem? Juro que sempre sem querer, é natural ter dias ruins.
Porque eu prometo Senhor Jardineiro, te alegrar todos os dias minhas cores radiantes, usar meus espinhos para espantar os insetos, encher seu coração com meu perfume. Te prometo a cada dia te fazer querer viver mais intensamente que o outro, te dar a esperança de que vou abrir minhas pétalas e me entregar para ser somente sua. Desde minha raíz até o meu último grão de pólem.
E no fim, Ah! o fim. Te peço que me aperte forte no peito, e me diga o quando foi bom estar ao seu lado senhor jardineiro, porque eu não vou te dizer nesse dia, farei questão de falar-te todos os dias até esse fim, o quanto eu amo e sempre amei ser somente sua, senhor Jardineiro.

Lento.

Enfim sós. Foi isso que eu ouvi após ele trancar a porta do quarto do hotel. Era muito lindo, dava para ver a lua, as nuvens e até mesmo ouvir o vento zunindo e o som das ondas quebrando longe na praia. Ele me olhava nos olhos com aquele ar de desejo incabiveis no peito. Sai, olhando por meio olho, para tirar meu vestido. As lembranças das palavras do padre ainda estavam vivas na memória e minha alegria de ter dito sim, também era imensa. Coloquei aquela camisola, que escolhemos antes do casamento, e pensei que a essa altura do campeonato esse estaria lá, esticado e nu em cima do edredon branco como podia se esperar de um homem, mas não, ele estava encostado do lado da porta do banheiro, sem paletó, com a camisa semi aberta, acariciando uma rosa que estava em uma de suas mãos com a outra. Quando me viu destracando a porta e a abrindo, acho que nossos corações dispararam, seus olhos estavam com um brilho dessa vez carinhoso. Me pegou pela mão, me levou até o centro do quarto, me deu a rosa e me abraçou, e começamos a dançar no ritmo da nossa canção; nossa respiração, o batimento cardiaco. Dançamos sem música. Eu me afastei, e disse que aquele era o dia mais feliz da minha vida, que a partir dele eu seria dele, somente dele e sempre dele. Ele sorriu, e aos poucos aquele desejo voltava, lentamente; Ele me beijou, agora como sua mulher. Suas caricias iam descendo por todo meu corpo, me enfraquejavam, me tiravam de mim. Me sentia mulher amada. Seus beijos já tinham desejo de mais e mais e mais atração, mais contato. Ele ergueu a mão pelas minhas costas, onde ficava o laço da minha camisola como um raio. Eu dizia sempre: - Mais lento; e ao mesmo tempo, ia abrindo botão a botão de sua camisa. Começos a caminhar, sempre lentos, caimos na cama, e depois de um tempo, quando já sentiamos o calor todo um do outro, senti uma dor, que não podia ser chamada de dor. Era um misto de sentimentos, que me deixou enfurecida de amor para com ele. Após uma noite fulminante de paixão, durmimos em conchinha, quando acordamos, dizia a ele que tinha sido ótimo durmir do lado de alguém que tinha escolhido, me corrigindo ele disse que ante de durmir ao lado de alguem que se ama, o melhor é ACORDAR, ao lado da pessoa que ele escolheu para toda a sua vida. Nos olhamos, nos beijamos. Lentamente.

Cartas. Bem. Felicidade.

Eu não sei o que havia acontecido conosco. Éramos um casal jovem e cheio de euforia. Beijos e caricias todas as noites. Amor infinito e imprescindível sempre. Agora?! Ás vezes repara. Nem sempre está ‘disposto’. Cansei. Decidi-me. Hoje eu ia por um fim nessa história. Ia por na mesa, todas as cartas sem nenhuma piedade, ia ‘bater’ esse jogo e acabar de uma vez com isso.

Esperar, esperar. Parecia que o tempo queria adiar essa conversa, me aparentava que o tempo tentava me impedir de falar com ele sobre tudo o que eu estava cansada nessa maldita relação.

Faltava apenas cinco minutos, que por sinal foram os mais longos da minha curta vida vivida até agora. Estava cansada, a raiva aumentava ainda mais, a injuria, o sentimento de rejeição. Pensava em cada palavra miserável que ia dizer. Começou a chover. Os raios furiosos caiam para abrilhantar a noite que estava tão escura quanto meus pensamentos naquele dia. Pronto. Agora o atraso dele é iminente. Queria que ele apenas voltasse a ser aquele rapaz que era quando começamos a namorar, realmente ele mudou, para meu sofrimento, para pior.

Fiz um minuto de silêncio, querendo chorar, ouvi um som de um carro entrando na garagem. Era ele, com aquele sorriso que me enganou, aquela boca que me cativou, aquele andar que fez sonhar.

Minha raiva tomou meu corpo, de frente para a porta, uma lágrima minha escorreu pelo meu rosto. A chave virou-se dentro da maçaneta, o barulho do destrancar parecia uma sentença, aquele martelo havia caído. Meus sentimentos se esgotaram. Ele abriu a porta e entrou me dando um boa noite que foi correspondido apenas com um porque. Ele ficou confuso, queria entender a indagação. Quando me virou as costas, soou uma palavra da minha boca que era simplesmente escrota. Ele se virou e indagou o porquê de eu estar daquela maneira. Eu arregacei minhas mangas e tirei delas aquelas cartas, sim aquelas, que a gente sempre guarda pro bem de ambas as partes sabe?! E o meu sentimento foi o de que o mundo caiu no chão, ele ficou paralisado apenas ouvindo em silêncio com um olhar que me dizia apenas ‘raiva’.

Ele então, também tinha cartas no paletó, e as colocou no jogo. Minhas cartas derrotavam as dele, e vice-versa, num jogo que parecia que não ia ter um fim logo. O volume da voz, os gestos todos aumentavam a cada instante. A agressividade entre nós estava prestes a partir pro corporal. Foi então que numa fúria sem controle, fui para cima dele. Um tapa. Silêncio. Ambos estávamos ofegantes, parados, um olhando sem parar para o outro. Eu não queria saber. Os sentimentos de acabar com aquele maldito foram maiores. Voltei pra cima dele. Indagando sempre ‘por quê?’, ‘por quê?’; estapeando seu peitoral que antes me deu tanto prazer. Com sua força de homem segurou meus pulsos e também me questionava aos berros para que todo esse ataque. Sem forças, eu dizia que queria ser de uma única pessoa na vida, e que eu decidi ser dele, apenas dele e como ele me tinha me retribuído. O amor acabou. O fogo apagou. Depois eu só dizia: - Maldito! Porque você fez isso comigo?!

Então parecendo literalmente um animal selvagem, sem pena, meus braços e pernas foram novamente tomados por um espírito maligno. Meus olhos queimavam de raiva. Ele querendo se esquivar sem sucesso. Levou-me para perto de uma parede, me prendendo sem escapatória por cima de si. Ofegando, como se tivesse acabado se afogar nesse mar de raiva, com palavras pausadas e sem muito tom disse que não sabia o porquê, ele não tirava os olhos do meu corpo, eu presa, não conseguia sair.

Nós nos olhávamos sem cessar ambos eufóricos com aqueles olhos com desejo de carne. Eu não me conti, a tristeza tirou a raiva do meu sangue num passar de segundos no relógio. Caímos. Eu em cima dele aos prantos, ele desacreditado me disse com palavras ainda ofegantes em meu ouvido:

- Eu nessa vida nunca tive e nunca terei alguém como você. E se nesse tempo, se não fui aquele namorado cheio de fogo, foi porque esqueci de viver para a minha vida, esqueci de viver para meu único motivo de viver, esqueci de viver para a mais linda pessoa, esqueci de viver para você meu amor. Eu não gosto de mulher, amo apenas você. Perdoa-me, eu te amo infinitamente.

Eu não sabia o que dizer. Muda, minha boca fez por mim, a resposta que ele queria ouvir, ou melhor, entender. Aquele foi o beijo indescritível. Aos poucos me ergueu na parede, ainda presa entre suas pernas. Só a respiração muito forte era um sinal de que ainda estávamos vivos. Já eram duas da madrugada quando entre tropeços e caricias fomos ao quarto, onde antes eu tinha planejado aquelas palavras horríveis, e agora, com aquele ranger de dentes e sensações excitantes nos entregamos literalmente de corpo e alma um ao outro, numa noite que passava vagarosamente. Mãos se entrelaçando, um corpo adentrando as entranhas do outro, se tornando uma só carne. Saciando a fome como hienas. Era animal, sentimental. Era bom. Aos poucos a euforia foi cessando. Os carinhos mais lentos, os beijos mais longos. Nos dois, um de frente para o outro trocando palavras nos intervalos de beijos e mordidas. Trocando juras de amor, promessas, planos para um futuro que talvez não fosse nada distante.

Amanhecemos em conchinha, foi a noite de amor mais explicita. Onde o amor entre ele e eu ficou cravado em nós dois. Desde aquele dia nunca mais deixamos de ser um casal apaixonado.

Algum tempo depois o selo dessa paixão chegou pelo meu e-mail. Uma confirmação. Faltavam àqueles mesmos cinco minutos daquele dia, que embora tenha seu lado ruim, teve seu lado maravilhoso. O tempo ainda não passava, a mesma chuva caiu, e em vês de paus e pedras nas mãos como na ultima vez, uma folha de papel letrada. Aquele barulho do carro entrando na garagem, os passos dele se aproximando da porta, a chave entrando na fechadura, o destrancar. Eu fiquei em frente da porta, como na ultima vez, com um largo sorriso no rosto. Ele entrou olhou para mim, jogou sua maleta no sofá e me deu um beijo cheio de amor colocando suas mãos nas minhas costas. Eu peguei suas mãos desci até minha barriga e olhei em seus olhos e disse com o maior sentimento de felicidade:

-Agora sim, nossa Família, está realmente formada.

Ele sorriu e escorreu uma lágrima de seus olhos, desceu até que seu rosto ficasse na altura me minha barriga, ficou por minutos admirando e acariciando-a. E disse que seu herdeiro ou herdeira, seria a criança mais feliz do mundo, e que ele não iria dividir a felicidade que tinha com sua mãe com ele, e sim multiplicar, para ser muito maior o amor dele pelos dois. Com um beijo mais apaixonado que o daquela noite ele suspirou e disse que era pai e esposo sim, mas antes que era o homem mais feliz desse mundo. 08/12/2008

Asfixiado


Ligou e disse para visitá-lo. Tomei meu banho e talvez inconscientemente ou acidentalmente tinha colocado a ligirie vermelha que tinha na gaveta. Quando cheguei estava só, e assim iria ficar durante aquela semana toda.

O programa romântico estava lindo. Parecíamos recém casados, o que realmente nem estava perto do real, era só mais um caso para ambos. O filme estava rodando na tevê e os minutos no relógio. Acho que cochilei entre suas pernas e braços quentes né acariciando naquele fim de tarde gelado.

Quando nos deparamos, o filme havia terminado; foi inevitável. Aqueles sorrisos seguiram-se de beijos que tomaram conta de nós. E ali naquele sofá sentimos o que nunca foi tão forte naqueles últimos dois meses. Ele saiu. Fiquei no sofá, martelando coisas na cabeça e sou interrompida por distorções de guitarras e baterias, era música, era fetiche.

Quando voltamos a ficar juntos no sofá, o ventilador não dava conta; carinhos, beijos e mãos estavam tão quentes a ponto de sair faíscas, estávamos indo para um caminho sem volta, e esse nos levaria ao quarto.

Eu não entendia o que ele dizia, mas sua intenção era que levantássemos no entanto não conseguíamos, estávamos entre laçados de tal forma que seria impossível nos soltarmos.

Rolamos para o chão. Com muito custo nos levantamos, entre tropeços e desequilíbrios, pressões na parede e palavras que saiam meio abafadas chegamos ao quarto. Lá os acordes graves ensurdeciam, mas não importava, o tal calor nos consumiu.

Mãos, pernas, bocas separados por peças de roupa, ele tirou a camisa e abriu os botões da minha, quando estávamos ali agora vendo o peito do outro pulsar, voltamos a nos engalfinhar loucamente, interrompidos por um:

- Espera!

Eu não consegui evitar, foi mais forte do que eu. Quando paramos de nos beijar ele se sentou do meu lado, me fazendo caricias, compreendeu. Ficamos ali sentados, abraçados, por horas.

Pensei em chorar, mas o orgulho é mais forte; me soltei e sentei na beira da cama, ele fez o mesmo, eu vi nos olhos dele um sentimento de tristeza, mas eu sabia que aquela não deveria ser minha hora. Eu disse que estava tarde e deveria ir. Ele me ofereceu companhia, eu rejeitei, queria caminhar sozinha, talvez refletir.

Quando sai de sua casa, ao ouvir o barulho da porta batendo, estalei os olhos, e vi que estava em meu quarto, abraçando aquele ursinho de pelúcia que ele havia me dado. Quando reparo, ele está na porta, me observando com um largo sorriso, fico revoltada, afinal, estava não apresentável, ele diz que é tolice e me faz um convite para assistir um filme em sua casa. 04/05/2010.

Feliz Dia das Mães!
Para todas, em especial para a minha,
- eu te amo!

Para entendermos esse pensamento, que fique claro, e bem que claro que estamos falando apenas de ‘listas de reprodução’em um programa de computador. E as mesmas se chamam ‘Ele.’ e ‘O resto.’.

Música

Desde quando conheci, não paro de querer ouvir Ele, porque O resto já não me agradava; esqueci-me do resto. Ele era simplesmente fantástico, sempre há uma palavra de amor em qualquer uma de suas canções. O resto, também é bom, porém, não é, como posso dizer tão perfeito? Ficar ouvindo Ele no ônibus, ou até mesmo caminhar o ouvindo me conforta, me traz alegria e vontade de viver. Mas um dia, Ele não quis mais falar, ou também quis, mas não da mesma forma, agora, só me faz chorar, é incrível como O resto me confortou tanto, e até hoje me ajuda. Ele [risos] ficou na história, no passado. Mas também, no meu computador, lá no cantinho, guardado; uma pasta só pra Ele, com o nome de ‘ELE’. Mas não posso deixar de dizer também, que também não saiu da minha cabeça, pois Ele foi a melhor coisa que me aconteceu, as coisas mais lindas que ouvi vieram delas, e é por isso que não o excluo. E eu? Sempre estarei lá, esperando o dia que eu não sofra mais em olhar, possa ouvir e tocar, de novo, as canções que me fez tão feliz. 24/04/2010