domingo, 17 de agosto de 2014

Paixão

É o que costumava-se dizer quantos aos amores. Junto das flores estariam as dores. Mas de que seria o amor sem a paixão? Ah, a paixão. Aurora ainda tinha seus vinte e poucos anos quando conheceu a paixão, ela envolveu todo seu corpo. Desde o pé até os fios de cabelo que se enrolavam na mão do rapaz, da boca seca até o frio na barriga. Aurora foi consumida minuto à minuto por uma força estranha e se tornando incapaz de se controlar. Estava em cima do rapaz, se desmanchava e cavalgava furiosa, hora caia e se via olhando para ela mesma. Estava satisfeita, era um banquete de paixão servido quente e sem pressa para acabar. Quisera pobre Aurora, saber que havia hora para acabar sim. Vestiram-se e se foram cada um para sua respectiva residência, um beijo. Ele desejou ela até o pegar no sono, ela o desejou por toda a vida. 

domingo, 10 de agosto de 2014

Eu estava tentando entender em qual sentido o mundo estava girando. Se a favor ou pra esquerda, se contra ou de direita. Acabei desistindo quando passei pelo primeiro semáforo e percebi que as coisas não devem ser entendidas. Sentei em um banco e virei o pescoço pra trás e como num passe de mágica, uma brincadeira de ligar os pontos, li nas estrelas o que me faltava para entender qual o sentido do mundo, mas do meu mundo, do meu céu particular. Entendi que a resposta vem assim, sem sentido. Se me procurar estou no telhado, lá tenho a paz e a calma de ser e estar no mundo.