terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

De uma conversa muito, muito distante.
Para o Senhor E.L. 

VARANDA; 

Me coloquei sentada feito criança na varanda da casinha. Meus pezinhos para fora vinham de lá para cá em movimentos ensaiados e descompassados, ora se trombando até. O frio era gelado, era de brisa de madrugada, e tinha fumaça. O coração apertava olhando as senhoras cadentes, será que ele também estaria? A brasa se torna brisa, e em seguida, doença. E vem uma seguida da outra, e a saudade. É uma falta de amor, e um amor que sente falta. Adoece no corpo, transborda nos olhos, sente na calma, no silêncio. Sente? Invente! Tem gente que aparece pra trazer brisa, e questão, como você. A varanda que dava até então vista pra outra casinha, mas de cor amarela, agora dá vista para a tua vista, cheio de ternura. É um colo, um colo que oferece, que cresce e, e o que mesmo? Bobeira cheia de essência, de tratar e contratar. Alugar, estou para alugar, quero um que tome conta, tire as teias e arrume as veias, digo, canos. E Varanda, não se esqueça, sente-se junto ao piso frio e olhe para além, seja bobo, me veja no seu ser não lúcido, ria comigo, passe gelo comigo, seja assim, Varanda de criança. E fique assim, fim.

28 de fevereiro de 2012