quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Minuciosamente cada detalhe foi anotado em um diário. Seria o crime perfeito, era agendado para ser. Seria pego de surpresa e morto lentamente pelas mãos das duas. A dúvida estava entre uma segurar e a outra matar ou a outra matar e uma segurar. As duas sentiam e as duas queriam o fim dela. Não existia mais espaço para esse triângulo.

Após muita discussão, decidiram: ao mesmo tempo. A morte ia ser instantânea e ao mesmo tempo degustada - Vão nos prender como psicopatas - ironicamente. Era doente mesmo, era falta. 

Chegou e caiu a noite. As duas se ligaram e decidiram onde iam se encontrar para executar o crime. O único lugar iluminado da rua. Se viram, sorriram. Abraçaram e o crime aconteceu, a saudade morreu. 

para a irmã mais nova e mais alta. 

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

coisa de menina.




Os olhos da menina brilhavam ao olhar para cima. Todos eram altos e felizes. Menos a pequena, pobrezinha. Ali ela sonhava em saber como era a vista de cima, e viaja, para o alto das nuvens onde não as via nos olhos. Via e não, os abraços, os beijos e os apertos de mão. As crianças lá de cima eram mais fervorosas e sonhavam em crescer. A menina só tinha uma flor, sua flor. Ela bailava com ela.

Sua flor era amarela, sorria para ela e vice-versa. Iluminava os olhos dela, que não viam o fervor da sua cor, era só tato amarelo, talvez. Era uma criança nem tão comum, mas criança. Sonhava em amar, dançar, beijar e apertar as mãos das outras pessoas. Mas só sonhava.

A flor ficou menor que o braço, logo depois menor que a perna e assim, ficou no chão. Deixou de sorrir, e lá em cima, um pouco mais sozinha, viu que os homens grandes não sorriam tanto, não brincavam tanto. Não tinham uma flor e nem sequer viam o amarelo. Lá, o mundo dos altos era cético e amargo. Queria ser criança com flor, era tarde, cresceu, acordou.