domingo, 17 de agosto de 2014

Paixão

É o que costumava-se dizer quantos aos amores. Junto das flores estariam as dores. Mas de que seria o amor sem a paixão? Ah, a paixão. Aurora ainda tinha seus vinte e poucos anos quando conheceu a paixão, ela envolveu todo seu corpo. Desde o pé até os fios de cabelo que se enrolavam na mão do rapaz, da boca seca até o frio na barriga. Aurora foi consumida minuto à minuto por uma força estranha e se tornando incapaz de se controlar. Estava em cima do rapaz, se desmanchava e cavalgava furiosa, hora caia e se via olhando para ela mesma. Estava satisfeita, era um banquete de paixão servido quente e sem pressa para acabar. Quisera pobre Aurora, saber que havia hora para acabar sim. Vestiram-se e se foram cada um para sua respectiva residência, um beijo. Ele desejou ela até o pegar no sono, ela o desejou por toda a vida. 

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