segunda-feira, 2 de julho de 2012

Ando com medo. Ando com muito medo do escuro. Vejo ele em tudo o que vejo. Minha sala está escura, está inquieta. Ando choramingando sem motivo por aí. Ando com um aperto. Será que ele me olha? Será que ele está? Mas eu nem sei o que é, como estaria? É uma nuvem escura que eu temo que apareça, ou é branca? ou é luz? Eu sou luz. Vê minha luz, eu não devia temer. Mas olho o quarto, apagado, embriagado, sujo. A poeira é penumbra de uma coisa que ainda não vi. Ando com medo do escuro sabe? Ao sair do quarto, o corredor, e uma luz no fim dele, ao maior reflexo me viro assustada e, e enfim, a cozinha escura. a janela  de vidros embaçados por causa da temperatura, a meia luz vinda do vizinho e folhas e galhos que não param de se mexer. Fico tensa. Abro a geladeira, encho a caneca de leite e volto pro quarto. Parece que ali, embaixo do cobertor é estranhamente seguro, mas ainda sim, a luz está apagada, ainda sim, ando com medo, ando no escuro. Tenho medo do escuro.

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