T a r d i o ;
Abri
meus olhos e junto deles um sorriso meio inquieto. Ele era meio tímido, um
tanto quanto torto e eu diria mais, diria que muito abestado. Ele passava
correndo como os pneus do carro sobre o asfalto e aumentava, acelerava cabeça e
coração. Acho que fiquei ali alguns instantes, em transe, ou talvez, algumas
horas daquele fim de tarde. O céu, antes e comumente azul, estava parecendo uma
aquarela escrita por um poeta importante. Inflava em tons de rubro, incendiava
o peito e lembrava dele, deixava também minha face corada. Me deu vontade de
subir naquele morro, e sentar do seu lado, pensar nas coisas boas, rir das
coisas ruins e porque não te amar? Sem medo, sem tempo, sem fim. Uma tarde
cheia de amor. Não queria esse fim, queria até escrever seu nome neste escrito,
mas ainda não é tempo, o sol ainda está no meio, quase tocando a terra, mas no
meio. Fecho meus olhos, e a noite cai, e junto dela, eu nos teus braços. Boa noite,
faltam só algumas rotações.
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