Os corpos
quentes e ainda colados sussurravam entre bocas e beijos, frases e ditos,
cheios de carne e paixão, era somente fogo, era a única certeza na cama.
- Você tá
perfumado.
- Você
gosta?
- Me
instiga.
- Eu te
instigo?
Gargalhada
tímida.
- Teu
perfume – depois de uma breve pausa – Gosto de te abraçar forte, sabia?
- Por quê?
- Dá pra te
sentir mais perto, mais meu.
- Teu abraço
me instiga.
- Mais que
meus beijos?
Os olhos se
fecharam e a respiração ofegante sentida no rosto um do outro indicava o
indício que os lábios se procuravam. E depois de um labirinto percorrido se
encontraram e permaneceram ali.
- Eu sinto
tão algo forte quando você me beija assim.
- Eu também.
- Não
deveríamos sentir.
- Sentir o
que?
- Eu não
sei.
- Quem sente?
- Eu não
sei.
- Vamos
parar de sentir?
- Eu não
quero.
- Quem quer?
- Nós dois.
Inflamados,
os corpos de carne se tornaram brasa. Não se sabia o que se sentia, mas parecia
que não ia ter fim e parecia fim. Algumas horas depois, o calor daria lugar a
um frio, e os braços o calor de menos quentura.
- O que a
gente tá fazendo?
Não soube
identificar qual dos dois corpos dissera frase, mas ouviu e se fez silêncio.
- Você me
instiga.
- Teus
braços me instigam.
- Para um
caso carnal, estamos sentindo demais.
- Sinto
muito.
29/07/12